Alcaraz elimina Djokovic e abre final da US Open 2025

Quando Carlos Alcarç, espanhol, número 2 do ranking PIF ATP bateu Novak Djokovic, sérvio, número 7 do ranking PIF ATP em sets diretos na semifinal do US Open 2025USTA Billie Jean King National Tennis Center, em Flushing Meadows, Nova Iorque, a surpresa marcou o fim de uma era.

Contexto histórico

Desde 2002, a chamada "Big Three" – Djokovic, Roger Federer e Rafael Nadal – garantiu presença em pelo menos um Grand Slam final a cada ano. A última partida sem nenhum deles foi em 2002. O domínio durou mais de duas décadas, criando um padrão quase invencível. Mas a nova geração, liderada por Alcaraz (22) e Jannik Sinner (24), começou a desgastar esse pedestal nos últimos três anos.

Em 2024, Alcaraz e Sinner dividiram quatro títulos de Grand Slam, deixando a Big Three sem nenhum troféu. O US Open 2025 trouxe o ponto de virada definitivo: a semifinal entre Alcaraz e Djokovic foi a última oportunidade da lenda sérvia de manter a tradição viva.

Detalhes da semifinal

A partida começou às 19h (horário local) e rapidamente se transformou em um duelo de resistência física e técnica. Alcaraz abriu 6‑4 no primeiro set, aproveitando um serviço duplo de Djokovic que pareceu hesitar nas linhas de fundo. No segundo set, o sérvio entrou com mais agressividade, mas acabou levando o tiebreak por 7‑4; ainda assim, seu nível de energia já mostrava sinais de desgaste.

O terceiro set foi o ponto de ruptura: o espanhol dominou com 6‑2, letal nas trocas de fundo de quadra e implacável nos passes de bola. "Eu não consegui repor o gás depois do segundo set", admitiu Djokovic na coletiva, acrescentando que "os jovens têm ritmo que eu não consigo acompanhar nos últimos momentos de um Grand Slam".

Durante a partida, o fisioterapeuta de Djokovic, Clay Sniteman, fez três intervenções, sinalizando que o corpo do campeão de 38 anos estava sob pressão. A derrota marcou a terceira vez desde 2007 que Djokovic não chega a uma final de Grand Slam – depois de 2009 e 2017.

Reações dos protagonistas

Ao sair da quadra, Alcaraz recebeu elogios da torcida e do próprio Novak. "É muito difícil para mim superar o obstáculo que Sinner e Alcaraz representam nos cinco sets dos Grand Slams", disse Djokovic, revelando respeito e preocupação com sua própria longevidade no circuito.

Na coletiva de imprensa às 21h45, o espanhol, ainda ofegante, disse: "Foi um duelo intenso, mas consegui manter a calma nos momentos críticos. Agradeço a Novak por me puxar ao máximo".

Já Jannik Sinner, que aguardava o vencedor para a final, comentou que "a nova era está se consolidando" e que o desafio seria ainda maior contra o compatriota italiano. "Alcaraz vem muito bem, mas eu estou preparado para dar o melhor".

Impacto no tênis mundial

A vitória de Alcaraz tem diversas ramificações:

• Fim da era da Big Three: pela primeira vez em 23 anos, nenhum membro da tríade chegou a uma final de Grand Slam.
• Reordenação do ranking: o título final deu a Alcaraz o número 1, tirando Sinner do topo.
• Renovação do espectador: audiências nos EUA subiram 12% em comparação ao US Open 2024, impulsionadas pelo drama entre jovens talentos.
• Desafio físico para veteranos: a necessidade de recuperação mais rápida pode acelerar discussões sobre formatos de cinco sets.

Analistas da ESPN afirmam que o torneio mostrou "um ponto de inflexão" que poderá mudar estratégias de treinamento, especialmente para jogadores acima dos 30 anos.

Próximos passos e futuro

Na final de domingo (7 de setembro), Alcaraz derrotou Sinner por 6‑2, 3‑6, 6‑1, 6‑4, conquistando seu segundo US Open e sexto Grand Slam. O feito o torna o homem mais jovem a levantar seis majors desde Björn Borg.

Para Djokovic, a temporada ainda não terminou: ele tem mais duas partidas na ATP Finals em novembro, onde pode buscar fechar o ano com alguma vitória significativa.

Já Sinner, apesar da derrota, entrou para o seleto grupo de jogadores que chegaram a todas as finais de Grand Slam em um único ano – algo que só Rod Laver, Federer e Djokovic haviam feito antes.

Antecedentes da US Open

A 145ª edição do US Open, realizada de 18 de agosto a 7 de setembro, tem sido palco de grandes rupturas. Em 2022, a primeira final feminina entre jogadores chineses ocorreu; em 2024, a dupla italiana de Sinner e Sabalenka trouxe novos rostos ao pódio. Agora, 2025 consolida a transição para a era pós‑Big Three.

O USTA Billie Jean King National Tennis Center, localizado no Flushing Meadows‑Corona Park, em Queens, continua a ser o epicentro das emoções do tênis mundial, atraindo mais de 700 mil espectadores ao longo da semana.