Em julho e agosto de 2024, uma expedição extraordinária realizada pela RMS Titanic Inc levou os limites da exploração subaquática ainda mais além ao revelar novas informações impressionantes sobre a contínua degradação do lendário Titanic. Com a ajuda de veículos operados remotamente (ROVs), os pesquisadores conseguiram capturar mais de dois milhões de fotos e 24 horas de filmagens em alta definição do navio naufragado e dos escombros espalhados em seu entorno.
A uma profundidade esmagadora de 3.800 metros, onde a luz solar nunca penetra, a estrutura metálica do Titanic continua a ser corroída por micróbios, resultando na formação de estalactites de ferrugem. Essas formações fantasmagóricas são sinais visíveis de que o navio que uma vez deslizou orgulhosamente pelos mares está agora em uma dança lenta e inexorável de deterioração.
Uma das descobertas mais notáveis desta recente expedição foi o colapso de uma grande parte da grade de proa do Titanic. O que antes se erguia como um símbolo da engenharia naval do início do século XX agora descansa no fundo do mar, ao lado do destroço principal. Isso não é apenas um lembrete da implacável passagem do tempo, mas também um testemunho da força das correntes submarinas e da atividade biológica que aceleram a degradação do navio.
Evidências de colapsos anteriores já haviam sido reveladas por expedições como a de Victor Vescovo, em 2019, que destacaram o desmoronamento dos aposentos dos oficiais no lado estibordo. Esse colapso não só destruiu partes dos grandiosos salões do Titanic, mas também obscureceu a visão do banheiro do capitão, um dos muitos detalhes fascinantes da embarcação que atraem entusiastas e pesquisadores.
Além de monitorar a degradação da estrutura, a expedição da RMS Titanic Inc também trouxe à luz um artefato de grande valor histórico e cultural: a estátua de bronze 'Diana de Versailles'. Esta peça de 60 cm de altura, originalmente exibida no salão de primeira classe, foi vista e fotografada por Robert Ballard em 1986, mas se perdeu na vastidão do campo de destroços até ser redescoberta agora.
A 'Diana de Versailles' era um elemento central da decoração do luxuoso salão, simbolizando elegância e grandiosidade. Durante o trágico rompimento do Titanic, o salão foi exposto e a estátua foi arrancada do seu pedestal, caindo na escuridão abissal. Com a sua redescoberta, os pesquisadores tiveram um vislumbre da opulência que um dia caracterizou esse espaço de elite.
A RMS Titanic Inc, detentora dos direitos de salvamento de itens do naufrágio, já recuperou milhares de objetos ao longo dos anos. Alguns desses itens agora estão em exibição em várias partes do mundo, oferecendo ao público uma conexão tangível com a história do Titanic. Atualmente, a empresa está analisando as novas imagens e filmagens para catalogar suas descobertas. Este trabalho meticuloso culminará na criação de um escaneamento digital 3D altamente detalhado de todo o local do naufrágio.
Espera-se que mais imagens das recentes incursões subaquáticas sejam divulgadas nos próximos meses, proporcionando ao mundo uma visão ainda mais clara do estado atual do Titanic e dos artefatos que ele guarda em suas profundezas. Para pesquisadores, entusiastas da história e curiosos, essas imagens serão uma janela para um passado congelado, mas sempre em mudança, a quilômetros da superfície do oceano.
A expedição e seus achados destacam não apenas o avanço da tecnologia de exploração subaquática, mas também a importância da preservação da herança cultural e histórica representada pelos restos do Titanic. Conforme a detecção de novas degradações e redescobertas continua, o que fica claro é que o Titanic ainda tem muitas histórias a contar a todos nós.