A recente morte de um bebê de dois meses em Londrina, Paraná, devido à coqueluche, trouxe à tona a urgência e importância da vacinação. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, sublinhou, em discurso emocionado, a necessidade vital de uma adesão rigorosa ao calendário de vacinação para evitar tragédias desse tipo. O bebê falecido não havia sido vacinado, cenário que tem se tornado cada vez mais comum e preocupante no Brasil.
Também conhecida como tosse comprida, a coqueluche é uma doença respiratória grave e altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. A vacina contra a coqueluche, disponível gratuitamente no SUS em todas as unidades básicas de saúde, é a medida mais eficaz para prevenir a infecção e suas complicações. No entanto, a cobertura vacinal no país tem mostrado uma tendência de queda, criando condições favoráveis para a reemergência da doença.
Dados oficiais do Ministério da Saúde revelam um panorama alarmante: a taxa de cobertura vacinal contra a coqueluche tem diminuído de maneira perigosa no Brasil. Em 2022, foram registrados 1.145 casos de coqueluche em todo o país, dos quais 115 somente no estado do Paraná. A falta de imunização adequada está diretamente correlacionada ao aumento dos casos, como o exemplificado pela infeliz perda do bebê em Londrina.
A ministra Nísia Trindade lembrou enfaticamente que a vacinação é um ato de responsabilidade coletiva. Quando a comunidade se vacina, protege não só a si mesma, mas também os indivíduos mais vulneráveis, incluindo bebês, idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. A disseminação de doenças preveníveis por vacinação pode ser controlada com altos índices de imunização, mas o desafio é conscientizar a população sobre essa necessidade.
Em resposta aos casos recentes, a Secretaria de Saúde do Paraná intensificou as campanhas de vacinação e sensibilização. O objetivo é aumentar a taxa de cobertura vacinal ao máximo, especialmente entre crianças e adolescentes. O secretário estadual de saúde, Beto Preto, mencionou em coletiva de imprensa que as ações incluem mutirões de vacinação, palestras educativas em escolas e comunidades, além de parcerias com a mídia para difundir a mensagem.
Além da vacinação, a ministra Trindade instou os pais a buscarem atendimento médico imediato caso suspeitem que seus filhos apresentem sintomas de coqueluche, como tosse persistente, dificuldade para respirar e vômito após ataques de tosse. A detecção e o tratamento precoce são cruciais para evitar complicações graves e a propagação da doença para outras crianças não vacinadas.
O retrocesso na cobertura vacinal é visto como uma ameaça a décadas de progresso em saúde pública. As campanhas de vacinação bem-sucedidas no passado erradicaram ou reduziram significativamente várias doenças infecciosas no Brasil. No entanto, a diminuição da adesão às vacinas coloca em risco essas conquistas e destaca a necessidade de esforços contínuos e intensificados para promover a imunização.
Como jornalista, é essencial ressaltar a gravidade e a importância deste alerta da ministra. A vacinação é uma ferramenta preciosa e acessível que pode salvar vidas e prevenir internações e mortes. Este trágico acontecimento em Londrina serve como um lembrete doloroso de que a imunização não deve ser negligenciada. Para proteger nossas crianças e comunidades, é fundamental que todos assumam sua responsabilidade e garantam que as vacinas estejam em dia.